“Velhos” conhecidos dos leitores da Strike via a resenha do seu trabalho anterior, o ótimo “Heliodromus” (http://strikemet.wixsite.com/strikemag/single-post/2018/10/30/SUNRUNNER---Heliodromus) este mais recente trabalho da banda norte-americana(norteestunidense soa muito pomposo, saco cheio de usar este termo!) traz a estréia do vocalista brasileiro Bruno Nunes com o qual eles fizeram uma tour europeia, mas vamos ao trabalho que é o que realmente interessa!
Assim como o álbum anterior, “AAOS” não é um trabalho de digestão fácil e rápida, não é daqueles que à primeira ouvida você vai sair cantarolando ou repetindo os refrães, pelo contrário, os norte-americanos-baixista/vocalista David Joy(Frank Navarro em “Arrive, Survive, Awaken, Thrive”), baterista Ted MacInnes, guitarrista Joe Martignetti(também vocais de apoio, flauta, sintetizador) e agora Bruno continuam sua missão de compor e tocar uma música complexa, repleta de influências das mais diversas, mas sem nunca tornar o resultado caótico,mas incrivelmente bem acabado e arranjado e classificar o banda como progr metal, digo e repito, é para pessoas que não tem muito conhecimento musical e com parco conhecimento da história do rock, aqueles que se baseiam apenas nos googles e wikipedias da vida, pois a banda mescla partes pesadas e bem heavy metal neste trabalho,com muito da música/rock progressivo dos anos setenta nas linhas vocais e nos arranjos quando mais cerebrais e complexos.
A adição do vocalista brasileiro caiu como uma luva na sonoridade da banda, sua voz soa poderosa e com belas doses de melodia(sem nunca soar meloso) e aliados a uma bela dose de interpretação e sentimento em cada uma das composições-nove no total em mais de uma hora de ótima música-com certeza é um bônus para o Sunrunner.
Há bem pouca influência de Brocas Helm e nenhuma de Manilla Road como no anterior, agora em partes mais pesadas e lentas os riffs lembram bastante o Sabbath até 1974 e algumas beirando e chegando ao metal mais tradicional mas por alguns momentos somente e um dos grandes trunfos do trabalho é a variedade musical e a complexidade musical sem cair na chatice ou na auto indulgência de muitos por aí, “The Scout” é uma música rápida e repleta de energia, bem metal tradicional em sua estrutura; composições longas repletas de climas e variedade sem soarem chatas, como “Prophecy Of The Red Skies” ou a ótima “Stalking Wolf” com quase minutos de duração e que tem em seu final uma parte vocal quase “metal melódico” que caiu muito bem, um verdadeiro épico com partes bem diversas-esta minha favorita do trabalho, ou a pesada e Sabática “Inner Vision” e a instrumental “Arrive, Survive,Awaken,Thrive”, dentre outras.
O que separa o Sunrunner dos outros ou seja, os homens dos meninos, é sua incrível capacidade de fazer música progressiva sem seguir os clichês do estilo, sem se parecer com os demais em nada, utilizando-se de uma produção basicamente analógica, com os instrumentos e gravação soando de forma orgânica, sem a auto indulgência e chatice de muitos por aí, destacam-se com inteligência e bom gosto em tudo que fazem.