Power trios: desde a segunda metade dos anos 60 fomos invadidos por uma série interminável deles sendo que a grande maioria compostos por músicos do mais alto quilate e compositores de clássicos, alguns se tornaram grandes bandas inclusive em termos comerciais, dentre estes grandes trios posso citar Cream, Jimi Hendrix Experience, Blue Cheer, Budgie, Rush, Triumph, Motorhead, ELP, dentre vários outros.
Em nosso país esta formação teve poucos representantes-puxando da memória na verdade não me lembrei de nenhum-e agora uma gratíssima surpresa com as reunião de três conceituados e excelentes músicos da cena paulistana e que com o tempo tornaram-se patrimônio do verdadeiro rock brasileiro, não aquela coisa pop e sem vida dos anos 80 e que pululavam nas tvs naqueles tempos; muitas vezes os “críticos da mídia especializada” esquecem-se das verdadeiras bandas e só mencionam aquelas bostas em seus livros, mas esta é outra história.
Reunidos neste álbum de estréia-que espero que não seja o último-estão o baterista Rolando Castello Jr, um baita de um músico e instrumentista que por décadas liderou e manteve o grande Patrulha do Espaço para o qual tiro meu chapéu e aplaudo de pé e os irmãos Schevano, Ricardo no baixo e Marcello nos vocais,guitarra e teclados, ambos com uma ficha enorme dentro da cena, músicos de quilate e muita qualidade; o álbum foi gravado entre junho de 2016 a setembro de 2017 no Orra Meu!Studios(quer nome para paulistano para um estúdio?)e mixado/masterizado pelo mestre Heros Trench e traz pouco mais de vinte e oito minutos de música.
Mesclando as principais influências dos envolvidos ou seja, classic rock, heavy rock, rock n roll, rock progressivo, o resultado é uma música pesada, envolvente, com energia e muito sentimento na sua interpretação; cinco são as composições autorais encontradas na bolacha.
“High Level” é um heavy rock/metal vigoroso e energético com muito do espirito do velho Motorhead(formação clássica) com um solo movido a wha wha bem no estilo do saudoso “Fast” Eddie Clarke, ótima maneira de se abrir um álbum; “God” tem uma veia progr setentista devido aos teclados e ao mesmo tempo tem um belo toque heavy/hard setentista à flor da pele quase como uma jam longa, pesada e bem feita com uma letra ácida e crítica;”Earth Spinning Backwards” a mais progressiva e lírica, mas não menos pesada composição, uma ode ao passado mas com os pés no século XXI, “Big Paul´s Basement” um baita de um rockão pesado e grudento e fechando com a pesada e bluesada “Flesh” com partes mais progr que me fizeram lembrar dos momentos mais inspirados e pesados de trabalhos como Tarkus e Trilogy do ELP.
Se você quer ouvir rock de verdade, um rockão de muita qualidade composto por músicos de calibre e quilate está aí uma ótima pedida, e espero sinceramente que eles retornem com um novo trabalho quando der-lhes na vendeta, pois a garantia de qualidade é garantida.
