Um dos baluartes do thrash metal mundial, o quarteto surgiu e foi formada na segunda onda e geração de bandas que praticam o estilo ainda na primeira parte da década dos anos oitentista e logo se destacou com um dos grandes nomes vindos do ABC paulista-então um celeiro de muitas bandas que vieram com uma proposta mais extrema do que o habitual-madame xamã foi formada em 1985 e trazia Alexandre Cunha (bateria e vocal), Alexandre “Dumbo” (baixo), Alexandre “Morto” (guitarra e vocal) e Décio Jr. (guitarra) – mais tarde, Yuri assumira o baixo, mas por pouco tempo…e com outros daqueles tempos a história dos caras se mistura com a minha própria história e da Rock Brigade; estive na gravação do Lp “Headthrashers Live” gravado no Teatro Municipal de Santo André e lançado pelo selo Fucker Records-e posso garantir com certeza que a plateia do álbum foi colada de algum trabalho previamente lançado-provavelmente do Made in Europe do Deep Purple, pois o clima era bem mais tranquilo e todos tiveram que ficar sentados para assistirem os shows sem aquela euforia que a gravação “overdubada” passa, mas foi a estréia da banda e das quatro que se apresentaram, somente o Necromancia também teve uma carreira sólida com vários trabalhos lançados,e outro momento na carreira da banda quando resenhei um dos primeiro shows “critiquei” a performance de palco, fraca e parada, talvez por nervosismo e ou falta de experiência, sendo os caras levaram para o lado positivo e no show seguinte que assisti deles vieram com uma performance eletrizante e destruidora...
Em 88 e 89 lançaram respectivamente “Simoniacal” e “Mental Slavery” dois clássicos absolutos do gênero e indispensáveis para todo bom amante do estilo; seus trabalhos seguintes não trouxeram o mesmo sentimento e poderio(opinião minha) apesar das ótimas criticas e da resposta dos fãs, deram uma parada em 1999 e retornaram somente em 2012 ; lançaram o bom Relapse em 2014 mas é com este trabalho que o quarteto realmente retoma seu trono
A banda continua tocando o que chamo de thrash metal ultra rápido ainda mais com um baterista que é também o vocalista-por sinal o único no estilo a nível mundial-por sinal conciliar as duas funções no rock/metal é para poucos, senão vejamos(do mais leve para o mais pesado):Don Henley(The Eagles, em muitas músicas não todas)Don Drewer(Grand Funk Railroad, em algumas músicas, não todas)Gil Moore(Triumph, nas músicas mais pesadas)Don Beehler(Exciter, todas as músicas) e finalmente o Alexandre, e tem que ser muito preciso e ter culhões de titânio para tocar e cantar o estilo que eles fazem e aplaudo de pé o cara por este grande feito.
O padre, mascote que ilustrou a capa dos dois primeiros álbuns, com cara de sádico, esquizofrênico e pedófilo está de volta num belo trabalho gráfico, e agora, depois de todos estes anos, tornou-se papa e juntamente a ele estão mais três personagens constantes da nossa história, mas o que conta e deve sempre contar é o material musical.
Excelente totalmente na parte técnica com produção, mixagem e masterização por conta da banda e Tiago Hospede no Estúdio Lamparina em SP/SP com um resultado mais que bem vindo sem sujeira excessiva e “com tudo em cima” realmente como deve ser.
Musicalmente a banda evoluiu positivamente pois nem tudo soa excessivamente rápido,com composições mais cadenciadas e trabalhadas; depois de uma breve intro são dez composições autorais de tirar o folego, totalmente old school em todos os sentidos, mas sem nunca soar datado, uma lição de brutalidade, ferocidade, qualidade técnica e feeling que muitos novatos tem aprender ouvindo este trabalho magnifico.
Destacar composições é muito difícil porque o trabalho é muito bem nivelado por cima, mas vou citar apenas algumas das minhas favoritas: a abertura com duas pedradas de tirar o folego em todos os sentidos com “Fleeing Terror” e “Murders” são de arrepiar os cabelos pubianos e quebrar quaisquer pescoços; bom frisar que a idade e a experiência trouxeram a voz do Alexandre mudanças altamente positivas,chegando muitas vezes a lembrar o grandioso Chuck Billy (Testament) tanto nos seus momentos mais brutais quanto mais técnicos; a brutal, pesada e cadenciada “Mission” uma bela tijolada thrashica que torna-se rápida e peçonhenta com o decorrer do tempo; “Keep Yourself Alive” prova que não é necessário se tocar ultra rápido e ultra brutal para se fazer uma ótima composição,pungente,pegajosa e esbanjando energia; “Apocalypse Watch” que abriria aquelas rodas imensas em qualquer Wacken da vida e finalmente um otimo cover para “Speedfreak”(álbum Iron Fist) do Motorhead,quer mais ??compre o álbum, vá aos shows e prestigie a banda.
Um dos poucos nomes que ainda mantem a verdadeira bandeira do thrash metal de pé e de forma altiva, juntamente com Deathgeist, Woslow, etc
Excelente trabalho de uma excelente banda. Recomendo muiiiito!!