PREMIATA FORNERIA MARCONI-Emotional Tattoos(Hellion Records nac)
A história desta lenda viva do rock progressivo se inicia no comecinho dos anos 70 e o nome da banda veio de uma padaria na cidade de Chiari, em Bréscia, Itália denominada Forneria Marconi acrescentado depois o Premiata e desde então seguiu-se uma vasta e riquíssima discografia tanto álbuns de estúdio e ao vivo,tanto em inglês quanto em italiano, assinaram com o selo Manticore(do ELP)e foram a primeira banda do país da bota a ter reconhecimento internacional, muitas mudanças na formação mas sempre mantendo uma qualidade musical excepcional e ímpar.
Este álbum duplo com um cd cantado em inglês e outro na linha mãe(italiano)infelizmente é somente o segundo lançado em edição nacional, o primeiro foi o Live In USA nos já longínquos anos 70 e é uma pena que a maioria da discografia riquíssima tenha ficado nas seção dos importados pois muitos dos trabalhos atualmente são caros e raros.
Compõem o PFM, Franz Di Cioccio(vocais, bateria)Patrick Djivas(baixo, teclados) Lucio Fabbri(violino, viola) Marco Sfogli(guitarras)Alessandro Scaglione(piano, teclados)Alberto Bravin(teclados, vocais de apoio) e Roberto Gualdi(percussão) e seguramente eles estão entre os nomes mais importantes do progressivo em todos os tempos, juntamente com ELP, Genesis antigo, King Crimson, Gentle Giant, Yes, Tirumvirat, Focus, etc pela qualidade e excelência de suas composições; sendo que alguns dos seus componentes estão na ativa há décadas com a banda.
Mesmo mantendo a complexidade, o lirismo, ótimas melodias e muito bom gosto nos arranjos em todos os sentidos, não há aquela seriedade exarcerbada e exagerada de outrora, virtuosismo está presente mas sem exageros futis, a banda soa mais pés no chão,mais introspectiva e ciente que os tempos de exageros e explosões musicais já se passaram, procurando criar composições mais simples e memoráveis e o resultado é muito mais que satisfatório.
Como todo bom trabalho de rock progressivo genuíno não é algo para se ouvir uma vez só, exigindo um pouco mais de bom senso e paciência do ouvinte, cada atenção nos detalhes, nas melodias é importante, assim como era a audição de trabalhos do ELP ou Genesis antigo, os quais eles tem influências explicitas especialmente.
Muitos são os momentos de muita qualidade e lirismo mas vou destacar os que particularmente me agradaram mais, a instrumental “Freedom Square” tem um clima melancólico e com bom uso do violino-instrumento maravilhoso e sem benvindo-com uns contratempos e variações muito legais, “We´re not na island”(Il Regno) evocou memórias do Genesis dos bons tempos de Peter Gabriel e Steve Hackett antes da banda se tornar uma fábrica comercial de hits pops horrendos e também o glorioso Marillion com Fish, magnifica;”Morning Freedom” (“Oniro”) tem o clima do título calma, serena, melancólica, com belas melodias, sem maiores arrojos instrumentais, belo solo de guitarra com o sintetizador; “Central District”(Quartiere Generale)um dos pontos altos, com o sintetizador como destaque, e como amo este instrumento quando bem tocado; “Im Just a Sound” outra com forte influência do velho Genesis, muito boa; “The Lesson”(La Lezione) baixão dominando com uma guitarra bem colocada; “So Long” (“Mayday”) esta sim soa bem setentista e é outro ponto alto do álbum; “A day we share”(La danza degli specchi) é inicialmente movida por uma batida de violão e um dos momentos mais agitados do trabalho, mesmo soando bem progressiva tem um feel mais acessível que agrada, dentre outras.
Conheço muito pouco do trabalho do PFM antigo, mas posso sem medo recomendar este trabalho aos aficionados de rock progressivo e quem aprecia boa musica sem radicalismo.