Enquanto o trio norte americano prepara-se para lançar seu novo trabalho em “Ancient Arts Of Survival”(em breve por aqui) ficamos aqui com seu trabalho mais recente até então, lançado em 2015-antes tarde do que nunca.
Formada em 2008 e contando com baixista/vocalista David Joy, Joe Martignetti nas guitarras eletricas e acústicas, bouzouki, flauta e vocais , Ted MacInnes na bateria, percussão e vocais, Erik Neilson guitarras, ukelele, vocais e Douglas Porter guitarras e vocais(reduzidos aos três primeiros componentes), mais a participação da violinista Sarah Mueller e Amos Libby no alaude(instrumento renascentista) e eles deixam bem claro que eles fazem uma mescla de heavy metal com rock progressivo mas NUNCA progr metal e esta descrição já me tirou o gosto amargo da boca e eliminou a má vontade de ouvir mais um trabalho do famigerado progr metal que realmente não está dentre meus estilos preferidos e com representação quase zero na minha coleção.
Felizmente os temores se dissipam totalmente com a audição deste que é o terceiro trabalho da banda, gravado de forma bem orgânica; depois de uma brevissima intro eles disparam torpedos para todos os lados com a metalica “Keepers Of The Rite” que me trouxe a mente lembranças e mesmo que inconcientemente influências do trio norte estadunidense Brocas Helm (https://www.metal-archives.com/bands/Brocas_Helm/415), com menos quebradeiras ao logo das músicas, que as do citado, mas com muito em comum ao longo do trabalho, acentuadamente em “Technologys Luster” outro momento bem epico do trabalho e que traz elementos do Manilla Road também, mesclada com partes mais lentas e progr; momentos puramente acústicos, liricos e belos como em “The Plummet” “que traz uma certa influência apesar de pequena da banda de celtic rock Tempest(http://magnacarta.net/tempest/index.html) liderada pelo noruegues radicado nos EUA Leif Sorbye(que tive o prazer de entrevistar nos tempos da Strike impressa); “Corax”é introduzida e finalizada pelo bouzuki, seguida por um ritmo Sabathico setentista(pré Sabotage) e seu arranjo muda para algo puramente progressivo num piscar de olhos; outro momento com riff Black Sabbath-meio Children Of The Grave-numa musica bem progressiva e lentona vem em seguida com “The HorizonSpeaks” o arranjo muda para algo bem mais rock mais com linhas e harmonias vocais bem calmas e limpas(na verdadde eles não se utilizam devocais sujos e nenhum momento felizmente); “Star Messenger” remete ao período intermediário do grande trio Rush entre 1976/1979 progr rock metal com rock pauleira no melhor estilo dos canadenses nas partes mais agitadas e aquela dose de progressivo britanico nas mais calamas; nestes medíocres tempos de digitalismo-deezer, spotify e outros bichos que não entendo e não quero entender-aonde as pessoas só correm, rapidez em excesso, informações(nem sempre fidedignas) em excesso, e não tem mais paciência para ouvir um simples cd inteiro, a faixa título “Heliodromus” vem com seus 21:13 minutos de duração e uma ode ao bom gosto, qualidade musical e nuances e texturas progressivas, resultando num grande e belo momento,dentre outros neste belo trabalho.
Arte e bom gosto em forma de musica. Recomendo
N.E.1 Sunrunner tem agora um vocalista brasileiro em Bruno Neves
N.E.2 A banda tocou gratuitamente em Vortorantim/SP há alguns poucos anos e eu não fui; baita arrependimento se soubesse que eles fizessem uma sonoridade tão convincente e comovente!