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OVERDOSE - Século XX/Conscience

OVERDOSE - Século XX/Conscience (Cogumelo Rec nac)
Tem-se que parabenizar o pioneirissimo selo mineiro pelo relançamento destes trabalhos fundamentais para a cena metálica nacional, uma espera de décadas aguardando estes ótimos trabalhos em formato cd em edições remasterizadas, luxuosas, com músicas bonus e dvds ao vivo com apresentações da banda naquela sempre lembrada e saudosa década de 80.
Tenho uma carinho e gosto especial pelo quinteto de Belo Horizonte pois fui aquele em “antideluvinianos” tempos da Rock Brigade fiz a resenha da d.tape da banda, uma das mais completas, técnicas e eletrizantes daqueles tempos e o único a praticar um metal clássico e soberbo por aquelas paragens(seguido tempos depois pelo Kamikaze que patricava um hard/heavy muito bom), tempos que o “cool” era ser o mais barulhento, o mais rápido, o mais satanico, com a cara mais de mal nas fotos, o Overdose era uma “ovelha negra ao contrário” praticando um música com muita qualidade instrumental,com muitas variações e quebradas ritmicas em suas composições, nada muito comum naqueles dias aonde todos praticavam uma sonoridade mais direta, interpretações vocalicas muito boas e letras acima da média com temas mais interessantes que os clichês usados a exaustão.
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Gravado em apenas oito canais no JG Estúdio em meros oito canais o Século XX original do split trazia somente três composições autorais e uma ordem de músicas diferente, aqui o trabalho abre com a épica e longa “Anjos do Apocalipse” um clássico eterno de puro metal com suas mudanças de ritmo e apuro técnico,otimo trabalho de guitarras,muito em comum com o instrumental do Mercyful Fate-minha opinião continua sendo a mesma-letra apocaliptica com bela interpretação, baseada no Apocalipse biblico mas saem soar piegas, “Filhos do Mundo” alterna partes bem rápidas bem power metal( o praticado na época) com uma rifferama acachapante, cozinha pulverizante alternando com partes com arranjos mais lentos e bem construídos, “Século XX” a título tem uma letra atualissima que vale para o hoje e o amanhã, instrumental e linhas vocais bem construídas, a seguir tem-se “Última Estrela” a primeira composição conhecida do quinteto, na época anterior e do split: Bozó vocais, Ricardo guitarra base, Claudio David guitarra solo, Fernando Pazzini baixo e na bateria Hélio Eduardo, belo debut já mostrando as características básicas da sonoridade do Over, com um trabalho de guitarras bem criativo; “Nuclear Winter” já é de 88 e foi gravada em sua versão final no “You are really big” álbum de 89 e finalmente um hardão também do mesmo ano e novamente cantado em portugues mesmo que a banda tivesse mergulhado fundo na sua fase em ingles, e que nunca mais eles deixaram; um belo trabalho musical que fecha com chave de ouro o trabalho, no segundo cd o show completo de divulgação do split no Ginástico de BH em 86, a qualidade de aúdio e vídeo não é das melhores, mas o valor histórico compensa isso com uma performance matadora.
O segundo trabalho gravado e primeiro album cheio foi lançado originalmente em 1987 pelo selo carioca Heavy Discos e foi totalmente idealizado produzido ,composto e pelo que se foi falado totalmente financiado pela banda e traz algumas diferenças: cantado totalmente em ingles veio com um capa dupla com a arte gráfica abstrata e musicalmente apesar de manter todas suas característicras básicas intactas trouxe certa dose de estranhamento pelos fãs da época pois a banda tentou fazer algo fora do padrão, seria um proto pré progr metal mas sem as chatices , enrolações e virtuoses exarcerbadas da década de 90 em diante e algumas das composições já eram velhas conhecidas em suas versões originais em portugues: a intro instrumental God Save The Metal tem uma influência marcante do Queen e por consequencia de Brian May que “salta” aos ouvidos, e se naqueles dias o trabalho não foi tão bem aceito, atualmente soa completamente atual e positivo, uma tentativa bem sucedida de evolução musical numa bela coleção de composições,muitas delas clássicos do repertório do quinteto tais como “Messengers Of Death ” e ”Children Of The War”, uma nova, bem gravada, bem produzida e mais lenta versão de “Ultima Estrela”(prefiro a original), uma composição que é tão importante para o metal nacional quanto “Guerreiros do Metal” do Korzus ou “Satã clama metal” do Azul Limão, com uma letra que tem um tom de ingenuidade saudável muito inerente a época, “The Day After” pesadona e com a guitarra comendo solta e com arranjos e variações de ritmo arrojados, assim como “Rebellion” e o fechamento com “Prison Of Conscience”a mais progr e “quebradona” de todas , típica composição estilisticamente falando que bandas como Fates Warning iriam aprimorar, evoluir e transformar em anos seguintes em sua própria sonoridade.
De bonus em dvd quatro músicas ao vivo gravadas em 1987 no “Festival Último Show do Ano”, um pouco melhores do que do bonus do álbum anterior, mas tem-se que levar em conta que além de ser uma gravação “bootleg” somente as pessoas abastadas tinham condições de ter uma filmadora e as gravações eram em super 8 ou VHS(neste caso o segundo) e tanto o aúdio quanto o vídeo iam se desgastando com o tempo devido a longevidade da fita, não havia handy cans HD, nem celulares ,laptops, etc e a filmagem aqui vale como um momento histórico eternizado.
Com absoluta certeza trabalhos indispensáveis para quem gosta de Heavy Metal bem feito e aqueles que são cultuadores de tudo de bom que foi criado e gravado nos anos 80, recomendo!
Trabalhos do artista altamente recomendados pelo redator: Século XX, You´re really big e Conscience.
(Eduardo de Souza Bonadia)

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