GOING TO BRAZIL... The Brazilian Tribute To Motorhead
GOING TO BRAZIL...The Brazilian Tribute To Motorhead (Secret Service Records imp)
Os álbuns tributo tornaram-se uma febre especialmente na década de 90, ora homenageando bandas/artistas, ora determinado álbum, muitos com qualidade e ótimas versões, outros horrendos e completamente sem sentido, e da mesma forma que tornaram-se uma moda, cansaram o público e deixaram de ser gravados especialmente no heavy metal/rock progressivo/classic rock e destaco aqui alguns que particularmente acho ótimos: ambos volumes do “A Tribute to Judas Priest-Legends Of Metal” “Holy Dio-A Tribute to the voice of Metal-Ronnie James Dio”(Century Media) “Thunderbolt A Tribute to AC/DC” “Working Man-A Tribute to Rush”(Magna Carta) “A Tribute to Accept” “A Tribute to Abba” e “A Tribute to Scorpions”(Nuclear Blast) dentre muitos outros.
Passados muitos anos o selo SSR sediado na Inglaterra mas composto por um brasileiro resolveu investir pesado novamente nos tributos e desta vez somente com bandas da cena nacional que é extremamente rica e variada e penso que tem total relevância uma trabalho como este, não tão somente para bandas que não existam mais, ou aquelas que todos seus componentes originais faleceram(neste caso por ex) ou bandas que tem imensa importância na história do rock e é sempre legal ouvir diferentes bandas fazendo suas próprias versões para as músicas escolhidas, algumas que ficaram muito legais, outras que ficaram muito legais para quem é fã de determinado estilo(eu NÃO sou de metal extremo, e muitas bandas aqui são extremamente extremas) e outras não acertaram em suas versões; modestamente e humildemente digo que sou fã de Motorhead desde que o álbum/LP “Bomber” foi lançado aqui em edição nacional(final dos anos 70/inicio dos anos 80?) e tenho “algum” conhecimento de caso e analiso o trabalho como um leal e real Motorheadbanger.
No caso tem-se um álbum duplo com trabalho gráfico de extrema qualidade e que combina totalmente com o espirito do tributo alem de encarte com as fotos das bandas participantes (trinta no total) e seus contatos, realmente uma carta de apresentação bem produzida mas que não seria nada se não fosse o conteúdo gravado e as gravações/produções estão bem lineares e com ótima qualidade-nem sempre uma constante nestes trabalhos-e como é a música que importa, destaco as minhas preferidas(leia-se minhas preferidas, isso pode variar de pessoa para pessoa,ninguém é obrigado a gostar das mesmas!)e que se sobressairam: não gosto e nunca gostei da banda nem de sua idologia e letras mas a gravação/versão que o Nervochaos fez de “Traitor” poderosa e da forma que a música pede-gostei muito realmente ; apesar de praticar um heavy metal tradicional de qualidade em suas obras, o Tailgunners fez uma bela versão de “Jacktheripper” os vocais limpos deram um “charme” a versão e o instrumental está no ponto; outra surpresa veio com o Uganga numa ótima e eletrizante versão para “Damage Case”, nunca fui fã de sua proposta musical, mas aqui eles acertaram em cheio em não querer inventar, apesar de ter ficado mais grooveada e lenta que a original; “No Class” ficou com o instrumental bem fiel e bacana por conta do Hatefulmurder mas o vocal “gritado berrado” de thrash metal moderno não desce de jeito nenhum; “White Line Fever” ficou muito boa na versão do Silver Mammoth com seu estilo de classic rock com o bom e velho órgão Hammond dando um toque de Hawkwind e deixando a composição mais emocional que a original; como “I Aint no nice guy” é uma música basicamente acústica em sua versão original, caiu como uma luva para os tradicionalistas do Orquídea Negra gravarem uma ótima versão; um dos grandes do thrash metal nacional ,o Attomica de São José dos Campos/SP fez uma versão certeira de “Dr Rock” isso tudo no primeiro cd e abrindo o segundo cd ainda temos um dos baluartes do metal extremo avant garde nacionais(e internacional) o quarteto paulistano Genocidio tocando uma versão certeira, matadora, densa e intensa de “Metropolis” seguida do grande MX fazendo de “Speedfreak”(sonzeira do Iron Fist) uma composição para o seu próprio repertório com poderio e agressividade na medida certa; afora a parte vocal o Claustrofobia fez uma versão bem fiel de “Ace Of Spades”com adicionando uma parte instrumental que ficou matadora outro classico absoluto dos britânicos; curto, grosso,direta como um chute no saco ficou “Stone Deaf Forever”(do qual sou fã desde sempre); o trio gaucho Rebaellium vem com outra versão fiel e até o mesmo o vocal mais gutural procurou se aproximar do velho mestre e acertaram em cheio em “Rock Out”; os grandes gaúchos e pioneiros do thrash metal naquele estado, o grande Leviaethan detonam com sua “Stay Clean” (tudo do álbum “Overkill” é clássico) assim como os curitibanos do Motorbastards com “Mean Machine” e o nome da banda já diz tudo; o ótimo Scelerata de Porto Alegre/RS vem com uma versão bem tradicionalizada de “Asylum Choir” e como sempre demonstram seu talento e valor e finalmente os grandes batalhadores do Torture Squad em “Overkill” instrumental fidelissimo, mas vocais horríveis-guturais extremos nunca foram meu estilo, e aí tem Distraught, Demolition, Obskure, Voodoo Priest, Vulture,etc
O único ponto realmente negativo foi a “versão” horrenda e nojenta que o Crucifixionbr fez do clássico “Bomber”, totalmente desprezível e que foge totalmente do propósito de homenagear, que troço ruim, com certeza Lemmy deve ter se revirado no tumulo!
Um belo trabalho que merece a atenção e audição e no geral uma grande homenagem ao grande e eterno Motorhead!