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MANILLA ROAD - To Kill A King


MANILLA ROAD - To Kill A King (Hellin Records nac)

Uma banda que chega aos quarenta anos de história em termos de discografia e chega ao vigésimo primeiro(21º) trabalho não pode ser ignorada de maneira nenhuma, ainda mais que eles tem um título e uma influência bem grande na cena metálica, mesmo que não seja admitida ou comentada por muitos, sendo uma das precursoras (ou A) do chamado Epic Metal, basicamente o heavy metal tradicional com um toque progressivista (Rush “Caress Of Steel”) com letras baseadas em mitologia, fatos históricos/arquelogicos e também pela leitura de escritores como Robert E.Howard, H.P. Lovecraft, E.C. Hellwell, Sir Arthur Conan Doyle e Edgar Rice Burroughs pelo fundador, guitarrista, principal letrista e vocalista Mark”The Shark” Shelton que chegou a casa dos sessenta anos de idade com honra e glória de nunca ter seguido modas musicais, seguido tendências, e “modernizado” a sonoridade da banda, sempre, bem ou mal eles foram sempre o Manilla Road e tiveram sua própria sonoridade, goste ou não, mais old school do que old school impossível, e para nossa alegria e deleite mais um trabalho é lançado em edição nacional.

Gravado e mixado no Midgard Studios de propriedade de Mark, em sua cidade natal de Wichita no Kansas, TKAK traz mais um trabalho de arte do italiano e fã Paolo Girardi-infelizmente na edição nacional o trabalho ficou muito escuro, sem cor e sem vida-continuam firmes e fortes na banda o vocalista Bryan “Hellroadie” Patrick e o baterista Neudi e a primeira baixa desde 2011 com a saída do baixista Joshua Castillo substituído por Phil Ross

Se por um lado considerei o trabalho anterior, The Blessed Curse o melhor em muitos anos ( resenha em http://strikemet.wixsite.com/strikemag/single-post/2016/11/26/MANILLA-ROAD---Dreams-Of-EschatonThe-Blessed-Curse ) este TKAK fica na lista dos “muito bons” trabalhos gravados mas não na lista dos indispensáveis e qual a razão disso?: seguindo uma linha uma pouco mais trabalhada e bem mais progressivista que seu antecessor alternando com partes bem pesadas e épicas com uma produção hiper organica e a guitarra de Mark com seu timbre, afinações, estilo imbatível e inconfundível (na minha opinião influenciado pelo Alex Lifeson(Rush) na fase anos 70 antes daquela mais experimental “quero ser The Police/Ultravox”)e neste álbum ele está altamente inspirado ,o competentissimo baterista Neudi com tantas viradas, quebradas e mudanças tanto quanto as composições pedem e o baixista Phil fazendo um belo trabalho tanto conjunto ou como destaque nos arranjos, uma cozinha ritmica perfeita como não se ouvia há anos no MR!

“To Kill A King”, a própria faixa título abre o trabalho com um épico de mais dez minutos, repleta de variações e climas, lenta e mesclando partes pesadas com mais trabalhadas, “Conqueror” traz uma bela dose metálica aonde Mark uma vez mais solta faíscas com suas “seis cordas” e a cozinha ritmica simplesmente vibra e brilha e Bryan solta a voz em seu estilo que caiu como uma luva para a banda; “Never Again” começa como uma balada e num crescendo a parte instrumental fica vigorosa e com belos solos; finalmente uma música mais pesada e metálica em “The Arena” uma composição tipica que quebra um pouco a calmaria inicial com seus contra tempos e viradas-Neudi detona caindo para uma parte instrumental bem doom e retornando ao metalzão assim como em “The Talisman” mais uma de sonoridade clássica com boa dose de complexidade e contra tempos, mas nunca soando exagerada como certas bandas por aí...; e finalmente fechando o petardo mais um som tipico do MR, “Blood Island” com um andamento e jeitão bem ambos 80, mais rápida e metalica, dentre outras.

Mais um belo trabalho na discografia do MR e altamente recomendável.

N.R-Se você não conhece a banda, recomendo para começar os álbuns “Crystal Logic” “Open The Gates”(lançado em edição nacional também pela Hellion) e “The Deluge” lançados nos anos 80(nesta ordem)e o grandioso “The Blessed Curse”(uma ótima pedida para ser lançado em edição nacional também); ótima introdução a Manillamania!!!

(Eduardo de Souza Bonadia)

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