PASTORE - Phoenix Rising
PASTORE - Phoenix Rising (ind nac)
Depois de longos, estressantes e problemáticos cinco anos de espera a banda que leva o sobrenome artístico de um dos grandes vocalistas do Heavy Metal nacional(e olha, são poucos!) e também internacionais está de volta renovada, revitalizada, totalmente reformulada e livre de problemas internos , egos gigantescos e prepotencias maiores que as próprias cabeças(sou testemunha ocular de um pouco do que aconteceu...) que quase levou ao término da carreira da mesma e do próprio músico, mas como o tempo não conta mentiras ele está de volta com este terceiro trabalho, aguardo por muitos que podem ser chamados de fãs e que semprer apoiaram a carreira do músico que neste período não ficou parado participando de inúmeros projetos mas esta é a sua verdadeira e real morada; o trabalho tem um título sintomático e altamente significativo porque temos um álbum renovado e poderoso.
PR foi produzido, gravado,mixado e masterizado quase que no totalidade pelo guitarrista Márcio Eidt que inclusive ajudou na composições e gravou a maioria das partes das seis cordas e desta vez o álbum não contou com uma formação fixa, mas com ótimos músicos com os convidados guitarristas Johnny Moraes e Ricardo Baptista baixistas Fabio Carito e Renato Caetano (Peixe) e os bateristas Marcelo de Paiva Berno(companheiro de muito tempo além do artista responsável pelas belas capas dos trabalhos) Vito Montanaro e Rafael Dyszy, e de nenhuma forma isso tirou a unidade,qualidade e o estilo das composições.
Musicalmente continuamos a ouvir aquele power metal moderno e atual que chega até a soar thrash metal em alguns momentos, influências-NÃO CÓPIA-de nomes como Halford, Bruce Dickinson solo, Primal Fear,etc só para situar o ouvinte/fã com produção esmerada, sem inclusão de “metal fadinha”, sem falsete chato, enjoativo e exagerado, nada de metal “tralálá”, um som pesado, energético, raçudo, repleto de testorena, poder e energia, sem virtuosismo exagerado de milhões de notas, com instrumental poderoso e bem executado, e no quesito vocal digo e repito sem puxa saquismo ou bajulações, Mário Pastore está na galeria dos grandes vocalistas do heavy metal nacional, tudo regado de experiencia , muito talento e estudo e aqui abro um parenteses: é muito superficial, demonstrando falta de conhecimento musical, falta de conhecimento de obra e até de um deficiente e minguado vocabulário, falar que o músico (ou qualquer outro), copia músico X ou se parece com o vocalista tal, eu diria que o Mário tem como influência em sua longa e prolifica carreira musical nomes como Rob Halford, Bruce Dickinson, Geoff Tate, Ronnie James Dio, Ralf Scheepers, etc e como tem talento, técnica e bom gosto musical, utiliza-se destas influências em seu benefício nas suas sempre ótimas interpretações, versatilidade e vocalizações sempre carregadas de emoção e sentimento e que quase sempre vem com grandes resultados.
A espera mostrou-se extremamente compensadora com o estilo mantido intacto assim como o nível de produção e qualidade musical; quem apreciou os trabalhos anteriores não ficará decepcionado; o petardo abre com a ótima música título: Phoenix Rising tem todos os os elementos para tornar-se um clássico do repertório-se já não se tornou-e merecia um video clipe, uma porrada metálica no bom e velho estilo altamente influenciado pelo Priest(intro no estilo “meio” Painkiller) e Halford e é uma espécie de desabafo explicito nas letras, um renascimento total na carreira do músico, “musicão da porra”; “Damn Proud” é outra composição que dá vontade de cantar junto com os punhos levantados; “Symphony Of Fear” é uma das “menos” preferidas por este escriba por seu jeitão mais moderno e só mencionada aqui pois foi a composição agraciada com um clipe bem legal( https://www.youtube.com/watch?v=fLN9YFfzIwQ ), nas primeiras audições até gostei mais e ao vivo soa muito bem, mas hoje é a “menos preferida” já que descobri com as diversas audições que o álbum é recheado de composições mais bacanas; vai agradar a muitos, principalmente aqueles mais jovens e que cresceram com o metal tipicamente dos anos 90,mas realmente não me agrada estilisticamente e musicalmente; “No More Lies” é a balada peso-pesada aonde Mario detona e passeia vocalmente com um ótimo resultado e na parte instrumental vai num crescendo até a guitarra solar bonito; “Salvation Paradise” tem um lado mais melódico sem soar meloso com linhas vocalicas bem Dickinsonianas com muita influência dos melhores trabalhos solos do vocalista britânica e brilha com sua eficiência;”I Need More” na melhor linha Fight do primeiro álbum com Halford solo, “Holy War” é clássico absoluto e só não é perfeita pois tem aqueles “apitos”na guitarra que se tornaram característica no metal noventista e que me irritam desde aquela época-grande som mas deixem o apito da próxima vez para o juiz de futebol capito?(sinceridade é tudo prá mim!); “Get Outta my way” mas uma desabafo composto pelo vocalista-só quem conviveu/convive com ele vai entender e “Fire and Ice” que foge quase que totalmente do estilo apresentado é um hard/heavy com bastante melodia tem muita influência do Dio fase Dream Evil/Sacred Heart e mostra uma faceta diferente e surpreendemente, com ótimos resultados; para os sortudos abonados financeiramente que adquirirem a prensagem japones, uma bonus muito legal numa versão de “Lightning Strikes Again” do Dokken com participação especialissima do grande Edu Ardanuy, acachapante e que poderia inclusive fazer parte do set list(devidamente baixada no meu computador já que não sou um sortudo abonado financeiramente)
“The Price For The Human Sins” continua sendo o meu favorito dentro da trilogia discografica da banda mas “Phoenix Rising” com certeza vem logo atrás; se você gosta da carreira do vocalista com certeza deve ter o trabalho na coleção.
(Eduardo de Souza Bonadia)