ENTREVISTA - KARYTTAH
KARYTTAH- Entrevista
por Eduardo de Souza Bonadia
UMA BANDA COM ALGO MUITO BOM A DIZER....
O Heavy Metal e o rock em geral sempre associados com um monte de porcaria-dizer que o rock é do diabo por exemplo é dizer uma das coisas mais estúpidas já ditas por imbecil(só pode ser um imbecil que disse isso)pois música boa (digo MÚSICA BOA de verdade)independente do estilo vem de inspiração, talento dentre outras palavras positivas.....
O que me chamou a atenção de imediato quanto ao pretendido pelo paulistano vocalista, compositor, guitarrista,etc Fabio Loffs em uma entrevista num órgão impresso especializado foi exatamente esta sua proposta lírica de trazer mensagens positivas, sem soar piegas ou se enquadrar no chamado metal cristão e com uma sonoridade muito legal que mescla o metal tradicional, power metal melódico, pitadas de hard rock com classe e muita qualidade.
Reiniciando meu trabalho também com entrevistas exclusivas e abrindo 2018 com chave de ouro Fábio gentilmente respondeu algumas perguntas para os leitores da Strike
Boa leitura, e quer apoiar o artista realmente?? compre cds, camisetas e outros materiais disponíveis !!
- Caro Fábio, todos tem sua história, então gostaria de saber como e quando você começou a ouvir rock e especialmente o Heavy Metal em suas vertentes?
- Em 1986, quando eu tinha 13 anos, eu era fã da Banda RPM, que aliás gosto até hoje. No ano seguinte com 14 anos, em julho de 1987, numa locadora escolhendo vídeos de música, deparei com o Live After Death do Iron Maiden, como eles tinham me chamado muito a atenção no Rock in Rio, eu escolhi esse. Adorei, fiquei muito impressionado, e fui atras de comprar um LP. Comprei o Somewhere in Time, quando ouvi, me impactou demais, virei fã, muito mais do que era pelo RPM, e descobri o Heavy Metal. Senti que era o Som que tem mais a ver comigo. Foi como uma descoberta.
- Quando descobriu seus dotes vocálicos e tornou-se um vocalista, e quais suas maiores influências não só no metal mas no rock em geral?
- Depois de ficar fã do Iron Maiden eu comecei a tocar guitarra, não me interessava, e nem achava que podia cantar. Um dia em 1993 ouvindo o álbum Images and Words do Dream Theater e cantando junto, eu percebi que ficava praticamente igual a voz do James Labrie, mas achei que aquilo podia ser ilusão da minha cabeça, pois quando comecei a tocar guitarra, no início eu achava que tocava bem, até que um dia a ficha caiu que eu nao tocava nada e tinha muito que melhorar, risos, ou seja, o iniciante, às vezes não tem uma noção exata até que aprenda realmente. Mas, falei isso pra um amigo meu (o Allan Juliano da banda Paradise Inc, Fairoff, entre outras). Poucos dias depois estávamos numa churrascaria onde alguns amigos subiram pra tocar, mas não tinha ninguém pra cantar, o Allan falou pra todos que eu podia, risos. Eu disse que era só uma ilusão da minha cabeça, risos, mas me jogaram no palco. Cantei a The Trooper do Iron Maiden. Todo mundo ficou surpreso e eu também, adorei a sensação que tive, e me tornei cantor. O legal disso é que muita gente quer ser algo, eu não queria, foi natural.
Influências de Bruce Dickinson, Michael Kiske, Ray Alder, Sebastian Back, James Labrie.
- Você participou de outras bandas antes do Karyttah, gostaria de saber quais e quais os estilos que elas tocavam e na sua opinião qual a razão delas não terem continuado.
- Hurricane, Skreemer, Equinox, Parallels, Engrave e Venus. Eram do mesmo estilo do Karyttah. Em geral são razões pessoais que causam os problemas, como falta de vontade, de determinação, dee seriedade e personalidade, indisciplina, imaturidade, infantilidade, falta de visão empresarial...
- Como nasceu o conceito do Karyttah e como você chegou a sonoridade e a temática que estão contidas no cd?
- Já que eu queria passar uma mensagem positiva, escolhi o conceito que acho que é o mais positivo de todos, que é a caridade, do Latim, Caritas. Mudei algumas letras e cheguei em Karyttah. A sonoridade eu quis que fosse bem básica, eu quero que prestem a atenção e curtam a música sem que a parte técnica chame a atenção. O assunto que mais me interessa desde criança é sobre se há vida após a morte, o porquê estarmos aqui, o porquê do sofrimento, uns nascem perfeitos, outros com deficiências, etc. Sempre quis saber os porquês de tudo. Uma vez minha mãe trouxe um livro que emprestaram pra ela, o Nosso Lar de Chico Xavier, eu li, e ali tinham algumas respostas, fiquei muito animado e fui atrás de outros do mesmo estilo, até que li todos de Allan Kardec e vi que ali tinham quase todas as respostas. Como é o assunto que mais gosto, normal que muitas letras falem sobre isso, mas não quero falar só sobre isso, como na música Once More Again que fala das minhas frustrações românticas, risos. E a música nova que vai sair agora em 2018 que fala sobre aquele namoro entre pessoas que não tem a ver entre si, mas onde o tempo foi passando e já estavam pra casar, mas que no fundo seria melhor não.
- Qual a razão de pelo menos no cd você ter gravado o trabalho sozinho com a participação de convidados.
- Entrei em varias bandas, nenhuma era do jeito que eu queria, desanimei, resolvi dar um tempo. Porém, deixei passar tempo demais, até que resolvi eu mesmo montar uma banda, mas pra ser a banda do jeito que eu quero, preciso encontrar os caras certos, como não encontrei, para nao perder mais tempo gravei tudo eu mesmo. Por isso teve espaço para convidados.
- O que me chamou a atenção no primeiro instante foi a temática e o positivismo do Karyttah ao contrário de todo o niilismo e o negativismo do heavy metal...qual a “sua” razão???
- Na crença que toda ação tem uma reação. Todo mundo quer o bem, mas, em geral, esperam isso dos outros, nunca olhando pra si mesmos e vendo que não fazem todo o bem que poderiam. Se queremos o bem, temos que fazer o bem, inclusive nos pensamentos, nas emoções, nos sentimentos. Claro que to longe de ser perfeito, mas quero sempre melhorar sempre mais, é uma batalha íntima pra detectar os defeitos e troca-los por qualidades, claro que isso vai levar várias vidas pra conseguir. Mas para os outros quero dar somente o meu melhor, meus defeitos tenho que guardar somente pra mim, e só eu sofrer com eles (óbvio que nem sempre consigo isso). Música é algo que vai ficar registrado, eu tenho responsabilidade naquilo que vou falar nas letras e passar no instrumental porque tudo vai voltar pra mim. O problema não está no Heavy Metal. Está na maioria das pessoas que não pensa nessas coisas, e mesmo quem pensa, não tomam a atitude de mudar. É muito comum as pessoas falarem: sou assim mesmo, estou bem assim, não vou mudar, risos. É bom lembrar o ditado, acho que de Francisco de Assim: é dando que se recebe.
-Você tem sido criticado por justamente estar seguindo este lado positivo?
Ainda não, pois a banda não ficou conhecida. Mas sei que se ficar, provavelmente serei criticado por isso, risos.
- Há quantos anda a formação de uma banda real??? você ve uma crise no cenário nacional???
- Ainda não encontrei os músicos pra completar a banda. Enquanto isso vou lançando trabalhos novos. Pois o foco inicial sempre são as músicas.
O Cenário Nacional reflete o estado do País, o estado das pessoas. Temos baixa-estima, o chamado, complexo de vira-lata. Portanto, não acreditam no próprio trabalho. E também é da nossa cultura que trabalho é sacrifício, e vida boa é não fazer nada ou festejar. Assim fica difícil criar algo que se solidifique, como uma banda, que é uma Empresa e um trabalho como qualquer outro, que no início não vai dar dinheiro. Até dar resultado, é preciso trabalhar muito. Imagina se o cara que começou a Coca-cola, a Boeing, o McDonalds, a Volkwagen, a Honda, a Microsoft, a Apple, etc, pensassem assim. Esses caras tiveram idéias e trabalharam muito por elas, fazendo sacrifícios. Aqui só querem festejar, balada, "happy Hour", etc.
-Qual o futuro do projeto/banda??
Gravei música nova que sairá em breve em coletâneas e no primeiro EP-Single Físico de divulgação do álbum. Cada Single, além da música de divulgação, terão 2 ou 3 músicas extras
Gravar vídeo-clip, continuar a "eterna", risos, procura pelos músicos pra complementar a banda e continuar a divulgação do álbum que ainda está muito pouco conhecido. Essa música nova tem uma boa surpresa que em breve será noticiada no YouTube, FaceBook, Twitter, Instagram.
- Deixe seus comentários e opiniões.....o espaço é seu. Muito agradecido !!!
- Eu que agradeço o espaço, Eduardo. Obrigado.
Quem se interessar em conhecer a banda, entre no Canal do YouTube, lá serão postadas todas as músicas da banda, vídeo-clipes, entrevistas, reportagens, e se gostarem, se inscrevam no canal que é https://www.youtube.com/karyttah
Façamos o bem, começando por nós mesmos, que ele volta pra nós. Substituir tudo que é ruim, por algo bom. É difícil, mas precisamos começar.
Um Abraço de Energias Positivas.
Fabio Loffs - Vocalista Banda KARYTTAH.
Resenha do cd conforme apresentada na Strike
KARYTTAH-NEW AGE - The Age Of Karyttah
October 21, 2017
(Ind nac)
O que chamou-me a atenção de imediato e antes de ouvir o trabalho foi o tema da banda/projeto do músico Fabio Loffs que foi iniciada em 2014, que investiu em letras de cunho positivo/otimista em um mundo atual repleto de pessimismo, negativismo e atitudes destrutivas- um milhão de pontos prá ele neste aspecto, primordialmente um vocalista que neste primeiro trabalho também tocou guitarra, baixo e programou a bateria mas teve a participação de alguns ilustres convidados dentre eles Henrique Baboom que além de realizar as gravações tocou baixo em uma composição e teclados em três , participando também: Zé Langer no terceiro solo de guitarra e Daniel Coronados nos teclados e Alex Andreoni no primeiro solo de guitarra em “The End Of Our Lives”; Fernando Debruxe na guitarra solo, Priscila Mendes nos teclados e Allan Juliano na bateria em “One More Again” , Du Firmo nos backing vocais em “External Sugestions” e Alex Andreoni na guitarra solo em “New Age” .
A base musical do trabalho é o power metal melódico e aí entra uma grande dose especialmente de Stratovarius e pitadas de Helloween fundido com o aspecto mais tradicional do Maiden e outras influências diversas espalhadas de forma sutil por todo o trabalho e o resultado é uma música repleta de energia com bom gosto musical e ótimas melodias iniciada e encerrada por curtas narrações de esperança e otimismo(que remetem a álbuns de new age/auto ajuda) chamando a atenção pelo trabalho gráfico por conta de João Duarte (JDuarte Design) e Marcelos Mensch (Mensch Design) que encaixou perfeitamente com a temática lírica e musical do álbum.
“New Age” abra de forma explendida o petardo com um jeitão espetacular de Stratovarius em seus melhores momentos-power metal melódico potente, energético com variações nos arranjos e só não tem os “famigerados” duetos de guitarra/teclados dos finlandeses; “The Other Side” segue basicamente o mesmo aspecto estilistico, mas é mais pesada, agressiva e rápida com um pegada Maidenesca muito apropriada, inclusive na linha vocalica que deverá funcionar muito bem num show-dá para imaginar até o Steve Harris com o pé no retorno-musicaço; “Once More Again” tem uma levada pop oitentista com muito bom gosto com linhas vocais envolventes e cai num metalzão movido a riffs maidenescos mas sem perder as melodias grudentas; “Never Say never” cadenciada e envolvente ,pesada e memorável e tem um jeitão de power metal alemão; “External Suggestions” e “The End Of Our Lives” são interligadas e além de mesclarem as influências já mencionadas juntam também uma dose de progr metal com ótimas mudanças nos andamentos, ritmos e arranjos e finalmente a música que leva o nome da banda que me lembrou “muito de longe” o inicio do Avantasia
Naturalmente tudo poderia ser ainda melhor se Fabio tivesse ao redor uma banda real e esta é a ideía dele que espero que se concretize no futuro, contatos: karyttah@gmail.com
Um trabalho honesto, sincero ,muito bem produzido e com excelente musicalidade e letras de conteúdo , uma raridade nos dias atuais.
(Eduardo de Souza Bonadia)
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