MICHAEL CUTTING - Unspoken
MICHAEL CUTTING - Unspoken(mcutting music imp)
Juntamente com Jamie Cramer, Michael Cutting formou o duo de guitarristas e músicos de quilate que integrou a banda Holy Soldier a qual pelo menos dois álbuns são clássicos e fundamentais para qualquer amante do Hard Rock: Holy Soldier(1990) e Last Train(1992) porém os dois seguintes são descartáveis pois vieram com a horrível “anti musica” que se tornou a sensação naquela década medíocre...esta já e outra história; além de músico ele é produtor, engenheiro de som e um expert nesta área técnica(mais info no site)
Ele vem trabalhado em vários projetos durante sua carreira, mas Unspoken é seu primeiro trabalho solo, produzido por ele mesmo e mixado/masterizado pelo renomado David Zaffiro(guitarrista do Bloodgood em três álbuns e produtor do Holy Soldier, Whitecross e Zion e que co-escreveu duas composições com Michael), gravado em dois diferentes estúdios em Goiânia/GO –ele divide sua vida atualmente entre o Brasil e os EUA-e vem com nove composições mais uma bonus.
Se você espera um álbum de hard rock no estilo do Holy Soldier , um retorno às raízes ou qualquer coisa que o valha, pode esquecer, Unspoken traz um pouco de hard, mas também de blues, de rock simplesmente, baladas, e até alguma coisa pop embutida nas melodias que estão contidas nas músicas e nas linhas melódicas do vocal-a voz dele é agradável e chega a soar introspectiva por vezes-e é um trabalho para se ouvir relaxado, de preferencia sentado num sofá, e curtir cada minuto pois o resultado é repleto de beleza e sentimento.
O álbum abre com duas composições que remetem aos famigerados anos 90 e a turma horrenda e fétida das camisetas de flanela: “Table For One” e “Karma” são salvas pelas já mencionadas vocalizações de Michael que fogem do padrão maniaco depressivo mala sem alça daquela turma,além de um bom trabalho nas seis cordas e alguns adições nos arranjos que deixaram o resultado final mais encantador e menos depre, principalmente a segunda que traz a cantora indiana Kamini Natarajan juntamente com David Zaffiro fazendo belas linhas vocálicas de apoio e uma imitação de tabla que dão um belo toque de exotismo; “Leave It Behind” é uma quase balada com piano e parte pesada ,mais sentimental e repleta de belas melodias e ótimas vocalizações com participação de Honey Lollis e juntamente com David; “Crush” é lentona com melodias que me remeteram aos Beatles e tem um tom intimista; “Shadow Man” é um dos destaques do álbum com influência Hendrixniana a flor da pele com uma guitarra blueseira de dar gosto e melodia na medida certa; “Angel On My Mind” é uma ótima instrumental com belissimas vocalizações de Georgia Brown-ela detona!, mas o solo de sax.....(desculpem-me abomino instrumentos de sopro com exceção da gaita e a flauta no Jethro Tull) e o trabalho fecha com outra pesadinha em “Slip Away” outro som com cara de anos 90, dentre outras.
Um álbum muito bem gravado e produzido, com composições bem pessoais e arranjos bem variados e de bom gosto que poderá agradar em cheio ao fã de rock em geral.
(Eduardo de Souza Bonadia)