PAIN OF SALVATION - In the Passing Light Of Day
(Hellion Rec nac)
Desde a minha tenra idade no mundo do rock(e repito pela bilionésima vez, desde 1973) tenho um lugar no coração (pequeno porém recheado de favoritos)para o chamado rock progressivo: ELP, Triumvirat,Jethro Tull, Kansas um pouco de Pink Floyd, e mais tarde Yes, Genesis com Peter Gabriel, e ainda mais tarde Marillion com Fish, Arena, IQ, Pallas, Spocks Beard,Steve Morse Band, etc mas somente a menção do intitulado progr metal me fez sempre torcer o nariz e me fez avesso ao sub estilo com algumas rarissimas exceções (apesar de não fazerem parte da minha coleção discografica) que ainda me agradam em ouvir como Arjen Lucassen e seu Ayreon, Symphony X-tão e somente pelo excelente vocalista que considero Russell Allen e os britanicos do Threshold que infelizmente nunca tiveram “aquele” reconhecimento apesar de terem gravado muitos bons trabalhos e só!
Poderá parecer estúpido e estranho a muitos fãs e ouvintes mas é a primeirissima vez que ouço um álbum completo destes suecos-nunca tive curiosidade- que chegam agora a seu décimo quinto trabalho-(que inclui inclusive alguns dvds) e que tiveram seu primeiro trabalho lançado em 1997 com “Entropia”.
A banda sempre liderada pelo vocalista , principal compositor (além de vários outros diversos instrumentos) Daniel Gildenlow, e já passou por várias mudanças de formação, traz Ragnar Zolberg(guitarras, vocais, teclados,samplers, acordeão, etc)Daniel D2 Karlsson(teclados, piano, vocais de apoio) Gustaf Hielm (baixo,vocais de apoio)e Léo Margarit(bateria, percussão, vocais de apoio) e ao contrário de muitos outros que estão contidos no mesmo caminho não tem em sua música doses exageradas de virtuosismo e masturbação sonora incontrolada,pelo contrário, uma sonoridade única de ritmos sincopados e quebradeira ,climas diversos, guitarras timbradas de forma moderna (afinação baixa; se isso é o “metal” da banda é horrendo ) , harmonias vocais diversas, uma grande dose de melancolia (influências do seu próprio país), nitidas e altamente audíveis influências de modernidade vindas de muita coisa ouvida desde os anos 90 e que ainda são uma praga no rock atual (aarrghhh)
Produzido por Daniel Bergstrand no Dugout Studio o álbum é conceitual e versa sobre o ano de quando Daniel esteve hospitalizado em estado grave ficando às portas da morte em 2014 e o trabalho soa bem pessoal e sentimental, carregado de tristeza e melancolia, talvez por isso a afinação baixissima das guitarras, a influencia de nomes “moderninhos” e a quase que total ausência de solos(com exceção em “Angels Of Broken Things” a única composição “bacaninha” do trabalho na minha opinião) sejam uma constante; todos bons músicos, mas nada excepcionais.
“On a Tuesday” com seus mais de dez minutos mesclando partes bem pesadas e quebradas com climas tristes, melancólicos e calmos inicia de forma potentosa o trabalho; “Tongue Of A God” também é bem pesada e soturna; “Meaningless” tem um ritmo quebrado, por vezes tribal, sufocante e melancólica e o video clipe junta este clima com bizarrices (https://www.youtube.com/watch?v=MreXYqelGPM)“Reasons” (https://www.youtube.com/watch?v=i_qZpLgvdOI )ritmos mais animados e um clima mais para cima e também uma das mais “progressivas”; “Silent Gold” é uma baita de uma balada chata demais e com cara de rock alternativo; destaque para a já mencionada “Angels Of Broken Things”única que me chamou a atenção e a pesada, soturna e climática “The Taming Of a Beast”também interessante.
Se este é o caminho dentro do progressivo que o POS segue não é e nunca foi e será o meu; se você é fã continuará sendo e se nunca ouviu a banda e não é fã, não será com ITPOLOD que se tornará e neste caso eu me incluo.
Sinceramente? não fez minha cabeça de jeito nenhum e nem está no meu rol de favoritos e na minha estante de cds e foi dificil demais de ouvi-lo inteiro em seus 71:51; tudo muito depre , triste, moderno, melancolico e viajante para meu gosto; foi um alívio finalizar sua audição ficando a constatação que na minha opinião pessoal uma das bandas mais chatas em toda a história do rock vem da Suécia !!
(Eduardo de Souza Bonadia)