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MANILLA ROAD - Dreams Of Eschaton/The Blessed Curse

(HR Rec/Zyx Music imp) 7.5/10-9/10

São quarenta dedicados à música pesada e 57 anos de idade; este é Mark Shelton, fundador, guitarrista e por muitos anos também vocalista deste pioneiro do verdadeiro epic metal, um verdadeiro guerreiro e batalhador do heavy metal que tive o prazer de assistir há alguns anos em Limeira/SP juntamente com o grande Omen (de outro batalhador,o grande Kenny Powell)

Aqui são dois lados da moeda: DOE traz material antigo: primeiro cd foi gravado em 81, masterizado e restaurado e o segundo material gravado em 79 inclusive com músicas ao vivo gravadas em um programa de rádio, material precioso e indispensável para os fãs e nesta época e por um bom período faziam parte do Manilla, baixista Scott Park e baterista Rick Fisher, um trio memorável e clássico; aqui eles soavam bem no estilo de muitos nomes do heavy rock setentista, sem muitas pretensões e bem direto e sem frescuras; porém já forjavam as primeiras características musicais próprias da sonoridade que evoluiria com o passar dos álbuns.

TBC por outro lado também e um álbum duplo mas é o trabalho de estúdio mais recente da banda(2015) e aqui e já por vários anos temos na formação músicos de quilate: Bryan Hellroadie Patrick nos vocais(num timbre muito próximo de Mark) baixista Joshua Castillo que deixou a banda recentemente para passar mais tempo com a família e filhos e que foi substituído posteriormente por Phil Ross e o “alemão gente fina” Andreas Neudi Neuderth na bateria( Viron, Roxxcalibur e apresentador do Streetclip.tv) que havia estreado em “Mysterium”

A versão que tenho em mãos é a dupla com o cd bônus “After The Muse”; belo trabalho artístico por Paolo Girardi, um fã declarado da banda, o digi pack em formato luxuoso traz um texto sobre o tema lírico do trabalho em detalhes(então mãos a obra com o dicionário) e também a história de todas as composições bônus além de fotos ao vivo, enfim, um trabalho feito com amor, capricho e dedicação.

Musicalmente a banda ainda tem muiiiito o que oferecer e sem dúvida TBC é o melhor trabalho gravado por eles em muito tempo; sem se deixar influenciar por outros sonoridades, eles produziram e gravaram dez novas composições variadas, envolventes e com seu próprio charme metálico (se isso existe) pessoal emanando energia, vigor e poder .

Depois de uma breve intro acústica “TBC” tem um feeling na linha do clássico Open The Gates e é uma composição bem empolgante assim como “Truth In The Ash” “Tomes of Clay” é uma mescla de arranjos orientais com acústicos e versa sobre o reino sumeriano; “The Dead Still Speak” é outra paulada no melhor estilo MR com Neudi quebrando tudo nos tambores e variações-uma ótima constante do músico neste trabalho e a guitarra do velho mestre incendiando tudo; “Falling” é daquelas acústicas que nos transportam ao universo de “Astronomica” ou “Road Of Kings nunca soando piegas ou brega; “Kings Of Invention” que inicia com o baixão e é outro momento “mais pauleira”, curta e certeira em seus pouco mais de três minutos ,”Reign Of Dreams” Manilla Road banging da mais pura intensidade e “Luxifera´s Light” dentre outras.

O segundo cd abre com o momento “Manilla Zeppelin” em “After The Muse” que lembra de longe aqueles momentos mais acústicos do Led Zeppelin III e poderia também estar no álbum solo de Mark com toda certeza; outros ótimos momentos ficam para “Life Goes On” e “In Search OfThe Lost Chord”.

Enfim,um dos melhores trabalhos em todos os tempos na rica discografia da banda e está par a par como “Open The Gates” “The Deluge” e outros favoritos.

(Eduardo de Souza Bonadia)

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