ATTICK DEMONS - Let´s Raise Hell
(Pure Steel Rec imp) 10
Incrível como nos dias atuais o Heavy Metal tradicional calcado na NWOBHM ainda continua nos apresentando excelentes bandas com ótimos álbuns, isso em todas as partes do mundo. E o Attick Demons são realmente um desses representantes e exatamente em 2016 em que completam 20 anos de existência, o presente quem ganha somos nós fãs com seu segundo álbum “Let’s Raise Hell”, um petardo extremamente viciante do começo ao fim, com vigorosas doses de melodia e peso como podemos esperar para o estilo. E logo na primeira faixa eles já mostram que não estão de brincadeira com a poderosa e rápida ”The Circle Of Light” onde já podemos notar a evolução da banda em relação ao último trabalho , com riffs certeiros e bateria veloz bem ao estilo Heavy/Power , seguida da maravilhosa “Adamastor” com um ótimo refrão e um andamento típico do Metal tradicional . “Glory To Gawain” conta com belíssimas linhas de baixo de João Clemente, mudanças de andamento certeiras e uma interpretação pra lá de competente do Vocalista Artur Almeida que abusa dos agudos e nuances das quais não estávamos acostumados a ouvi-lo. A grande surpresa fica com “Dark Angel” que conta no começo com guitarras acústicas que refletem um clima arabesco mas logo em seguida ganha peso e cadencia com inserção dos ótimos vocais femininos da convidada Liliwhite Lilith da banda Inner Blast. Em seguida temos um dos principais destaques do álbum com “The Endless Game”, faixa épica, marcante com seus mais de 7 minutos e que nos remete imediatamente a uma sonoridade mais “Maideniana” com um ótimo trabalho dos 3 guitarristas, linhas de baixo muito bem construídas, e mais uma vez Artur atingindo um nível invejável de interpretação sem dizer o refrão que fica na cabeça por muitos dias. Aliás vale ressaltar o nível avançado que os todos os músicos alcançaram na produção desse play, principalmente em relação ao primeiro EP e até mesmo ao álbum anterior. A faixa título “Let's Raise Hell” é outra faixa furiosa, outra vez com um riff inicial muito bem elaborado, com grande destaque para a bateria de Ricardo Allonzo que imprime um peso extra a composição, sem contar com a participação do Vocalista Ricardo Pombo da também Portuguesa banda Cruz de Ferro, e do guitarrista Chris Caffery (Savatage, Trans-Siberian Orchestra) num dos solos , numa típica música em que o ouvinte se pega "cerrando os punhos" cantando alto o refrão. Com a "Ghost" voltamos a perceber claramente a influência da "Donzela de ferro" nas estruturas dessa composição, mais uma vez com destaque o trio de guitarristas e as linhas de baixo muito bem arranjados, assim como na sequência a “Nightmares” onde cadência e velocidade alternam belos momentos, com ótimas performances de todos. E por fim chegamos a última faixa “Ritual”, outra aposta que difere um pouco do estilo estabelecido em “Atlantis”, e acrescenta muito ao álbum com um trabalho de guitarras pesado com ótimos riffs e mais uma vez Artur “destruindo tudo” e fechando brilhantemente o Play.
Se você gosta de Metal Tradicional esse é um álbum OBRIGATÓRIO, além de contar com excelentes músicos, as composições são extremamente cativantes e assim sendo a força motriz de todo conjunto, além do grande diferencial que uma banda possa contar que é o caso do Vocalista Artur Almeida que além de ter um timbre muito parecido com Bruce (porém em poucos minutos percebe-se a diferença entre os dois), ele consegue elevar o nível da banda a outro patamar tamanha sua capacidade técnica. Melhor álbum do estilo de 2016 até o momento na opinião desse que vos escreve. Um defeito do álbum? Não ter pelo menos mais duas músicas.
Faixas:01 – The Circle of Light 02 – Adamastor 03 – Glory To Gawain 04 – Dark Angel
05 – The Endless Game 06 – Let’s Raise Hell 07 – Ghost 08 – Nightmares 09 – Ritual
Formação Artur Almeida- vocais Luis Figueira- guitarra Hugo Monteiro- guitarra
Nuno Martins- guitarra e teclados João Clemente- baixo Ricardo Allonzo- bateria
(Carlito Camacho)
